Empatia - Resenha crítica - Jaime Ribeiro
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Empatia - resenha crítica

Empatia Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Autoajuda & Motivação

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-6380-897-4

Editora: Editora Sextante

Resenha crítica

Homo empathicus

Se você é pessimista quanto ao futuro, sem esperança de uma evolução do ser humano, pode ficar tranquilo. Em meio a tantas mudanças tecnológicas, comunicação instantânea, notícias em tempo real, notamos que as relações humanas foram transformadas de um jeito nunca antes visto. No mundo digital, nos vemos permanentemente alimentados por fake news em grupos de WhatsApp. Parece o fim do mundo.

Mas tenha calma. Trazemos uma boa notícia. Por mais que a velocidade das mudanças assuste, a ideia do ser humano como apenas predatório, materialista, egoísta e extremamente ambicioso por natureza, tem se espalhado rapidamente na época atual. Mas é equivocada e alimentada pela bolha virtual ao nosso redor. 

Seres humanos não são seres homogêneos. E daqui para frente, o homo empathicus é a nova tendência a ser valorizada. Como? Nós explicamos. 

Por onde anda a empatia?

Nos últimos anos, a palavra empatia ganhou protagonismo em conversas de botequim, postagens em redes sociais e também no mundo corporativo. Isso porque os estudos de Daniel Goleman colocaram essa habilidade como uma das mais valorizadas daqui para frente. 

Pois, se até há poucos anos, muito se valorizava o Quociente de Inteligência, o QI, como métrica para avaliar o conhecimento geral de profissionais, agora o mundo do trabalho está voltando os olhos para o chamado QE.

Essas duas letrinhas simbolizam o Quociente Emocional, que permite o bom gerenciamento das emoções, utilizando-as a seu favor e melhorando desempenho e relações com as pessoas ao redor. Em resumo, o QE é a capacidade de identificar e gerenciar as próprias emoções, assim como as emoções dos outros.

Nesse cenário, trabalhar a empatia com profundidade exige um olhar mais detalhado sobre as maneiras com que os sentimentos alheios interferem diretamente nos resultados, metas e felicidade dentro do mercado de trabalho. 

Daqui para frente, as habilidades racionais não serão o aspecto mais importante no caminho da superação pessoal e crescimento psicológico. Serão as habilidades emocionais as responsáveis por dar mais atenção aos sentimentos e habilidades como empatia e gestão emocional.

A habilidade do futuro

Nesse novo mundo, já não é mais possível repetir velhos hábitos do passado. Se adultos mais velhos ainda criticam os jovens pela forma como se comportam, esse comportamento vai ficando para trás. 

Porque, daqui para frente, reclamações precisam ser melhor embasadas e estudadas para entender as motivações para replicar atitudes nocivas. Conversar, analisar, entender o histórico e a bagagem pessoal de cada um se faz mais necessário dentro do ambiente profissional.

Isso porque a diversidade vai se infiltrando cada vez mais nas grandes empresas. A ideia de discurso único não é mais aceita pelos novos profissionais do mercado. E eles não aceitam mais ser vistos como meras matrículas ou números gerando lucro. Sua felicidade importa muito, tanto que é cada vez mais raro ver trabalhadores passarem a vida inteira em uma mesma companhia. 

Diante disso, é crucial se colocar no lugar de cada colaborador para reter os melhores talentos. Caso contrário, a rotatividade vai enlouquecer gestores em todos os níveis. Um bom salário não basta para a realização profissional plena. 

O espelho dentro de nós

Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro. Isso é bem diferente de ver o nosso mundo refletido nos olhos do outro, como muita gente acaba se equivocando ao tentar colocar essa habilidade em prática. 

A verdadeira empatia implica em compreender quando e porque uma pessoa está agindo desta ou daquela forma, colocando-se no lugar dela, compreendendo seus desejos e intenções. 

Quando compreendemos bem os efeitos dessa habilidade, acontece uma verdadeira revolução na forma de atuar, interpretar o mundo e lidar com as pessoas ao nosso redor. Dentro de cada um de nós existe um espelho. Todos os dias, precisamos olhar para ele e nos perguntar sobre a maneira com que buscamos entender os sentimentos e ações das pessoas do entorno. 

Tanto na vida pessoal quanto no mundo profissional, a empatia não pode ser dispensada.  

A leitura como prática da empatia

Já passamos da metade deste microbook. E seguimos aqui, falando de leitura. Ela é uma boa prática para exercitar a empatia. 

Isso se dá porque os livros são uma boa maneira de trabalhar as emoções. Quantas vezes você não se emocionou diante de uma história bem escrita durante páginas e mais páginas? E quando você ficou com raiva daquele vilão praticando tantas maldades, por alguns instantes deixando de lado o fato de se tratar de mera obra de ficção?

Se você ainda tem dúvidas sobre como é praticar a empatia em sua plenitude, leia mais. Leia de tudo, leia boas histórias, de preferência. A forma como suas sensações são trabalhadas é um bom começo para entender sobre a essência de se colocar no lugar dos outros. Porque mesmo personagens fictícios guardam uma verossimilhança com a realidade. Toda aquela gente foi baseada em experiências reais, com as quais você pode se deparar mais dia menos dia.  

Dependência emocional e empatia

Nas relações amorosas, trabalhar a empatia é um grande desafio. Isso porque muita gente desenvolve uma dependência emocional em seus relacionamentos. Mas namoros, casamentos e outras formas de relação devem proporcionar momentos de alegria e equilíbrio, não deteriorar as nossas energias. 

Nos momentos de brigas, desentendimentos e discordâncias, saber se colocar no lugar de quem você ama é fundamental, sem abrir mão de seus princípios, evidentemente. É nessas horas que você percebe a importância dessa habilidade tão valorizada daqui para frente. Quem não é capaz de trabalhar a empatia nos relacionamentos, tende ao autoritarismo em todas as relações interpessoais. 

Empatia na sociedade

No dia a dia, a prática de cada um fazer sua parte para o coletivo funcionar de maneira harmônica é sinal de empatia. Pode ser em uma cidade, no local de trabalho, em uma instituição religiosa, na escola e até em casa. 

Empatia não é apenas enxergar o sofrimento e a dificuldade do outro, isso é compaixão. A verdadeira empatia nos faz cumprir as tarefas necessárias para o bom desenvolvimento da sociedade, desde respeitar as regras do trânsito até colocar o lixo no lugar certo. Ser cordial, respeitar o próximo e disseminar bons sentimentos são práticas empáticas do cotidiano. 

Empatia e política

A política é o meio mais eficaz de transformar a sociedade. Por isso, suas práticas positivas precisam ser enaltecidas e disseminadas. Tiramos como exemplo um episódio ocorrido na campanha para a Presidência estadunidense de 2016. Na ocasião, Bernie Sanders correu para socorrer um homem que tinha desmaiado durante seu discurso.

Entusiastas do político em questão aproveitaram a naturalidade de sua atitude para inflar o sentimento de empatia e compaixão exalado por Sanders, que usou desse sentimento para angariar ainda mais eleitores durante o período eleitoral. 

Se um político não exerce empatia, de que forma ele governará para milhões de pessoas, incluindo uma quantidade expressiva que não votou nele? Certamente, com a empatia cada vez mais trabalhada como habilidade inquestionável e indispensável, será fator mais avaliado por cada vez mais eleitores. 

Empatia e liderança

A tarefa de liderar equipes é desafiadora. Muita gente se sente intimidada com a missão. Embora haja muitos livros técnicos ensinando lições infalíveis para não perder o comando de um time, a empatia também precisa estar presente em uma gestão. 

Entender como cada colaborador reage a diferentes cenários, mostrar-se sensibilizado com as dificuldades de cada um e valorizar as habilidades individuais, cobrar quando necessário sem perder o respeito e admiração dos liderados, saber falar e calar na hora certa, estar disposto a ouvir quando necessário.

Sem empatia, nada disso é possível, a liderança vira chefia comum, sem perspectiva ou diferencial, deixando qualquer chance de ser uma gestão conectada com o futuro. 

Empatia em ação

Na prática, a empatia não se resume a sentir muito quando o outro está com dor, tampouco se sentir melhor ao comparar o próprio sofrimento com o percalço alheio. A identificação com os mais infortunados como medida de felicidade é apenas egoísmo e não tem nada a ver com se colocar no lugar alheio. 

Empatia, de fato, ocorre quando você está sofrendo em algum nível, quando o outro também está sofrendo. Ela evoca um engajamento ativo, que não existe apenas na observação, não cultiva satisfação no sofrimento alheio. 

É um sentimento diferente da simpatia, do sentimento de pena e de outras emoções despertadas em relação aos outros. A empatia não é uma emoção passiva. Sem ação, sentados no nosso sofá sem fazer nada, não praticamos a empatia. 

Colocá-la em ação é entender que cada um de nós tem sua parcela de responsabilidade pelo estado atual de coisas em todo o mundo. Aí também se inclui o estado emocional de nossos semelhantes. Pratique a empatia em todos os campos de sua vida e veja uma mudança, tanto interna quanto externa, em seu olhar sobre o mundo. O futuro já começou, seja empático a partir de agora. 

Notas finais 

Quem desenvolve bem a habilidade de se colocar no lugar do outro, tem um grande futuro pela frente. E isso é uma ótima notícia, porque deixa claro como a preocupação com uma sociedade melhor fará toda a diferença, também no mercado profissional. Os tempos de trabalhar apenas em conhecimentos técnicos vão ficando para trás. Não há motivos para se preocupar. Afinal, isso é uma grande notícia. 

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